terça-feira, 31 de agosto de 2010

A casa da partida



Os três meses estão quase no fim. Tenho a sensação de que passaram a correr. Refugiei-me na rotina. Acordar cedo, deitar cedo. O cansaço é inimigo das insónias e até dos sonhos. O tempo necessário para adormecer oscilava entre os 2 e os 5 minutos. Era o tempo de pousar a cabeça na almofada e pensar: tenho sono. O cérebro só despertava umas horas depois com o despertador. Foi esconder a cabeça e esperar que o tempo fizesse o seu papel. Mas agora estou com a mesma sensação de quando corremos até ao limite das nossas forças e damos conta de que estamos exactamente no mesmo lugar. Daqui a, precisamente, duas semanas será o meu último dia de trabalho naquela agência. Vou deixar de conviver com pessoas a quem me fui afoiçoando. Vou deixar de ter um motivo concreto para acordar e pensar: tenho que dar o meu melhor. Vamos voltar à incerteza. O coração despertou. Esteve congelado durante todo este tempo, mas despertou com o mesmo batimento. Um batimento lento, inglório e castrador.

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