quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


Não vale a pena fingir que são dias iguais a todos os outros. Há coisas cujo o tempo, o frio, as comemorações trazem à memória, e são mais fortes do que qualquer desejo de esquecimento. Não vamos dizer que não valeu a pena. Embora, muitas vezes deseje com todas forças que nunca tivesse acontecido, não há arrependimento. Mas de facto eu sou assim, faço um luto demorado. A minha capacidade de acreditar demora a ser regenerada. É por isto que dificilmente me entrego, fico com mais medo do que vontade. Fico presa ao que já não existe, fico presa a quem nunca foi meu. E é disto que eu preciso, é libertar-me de toda esta dependência. Sentir-me livre ,é acordar e deitar-me sem me lembrar de ti, é não desejar no meu inconsciente que te lembres de mim, é deixar as recordações guardadas. Quando era suposto tudo fazer sentido, nada faz sentido e é ,por isso, que eu preciso dessa liberdade.

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