terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Estou a escrever-te não para recuperar o irrecuperável, nem para desculpar ou pedir desculpa. Mas para te contar uma história. Quando me deste a mão pela primeira vez, senti-me a congelar. Foi inesperado, senti um arrepio doce que não me deixava largá-la. Quando me disseste que querias ir jantar comigo a Coimbra fiquei incrédula. Pensava: mas isto está mesmo acontecer? Foi boa a sensação de fazerem uma centena de quilómetros para jantarem comigo, quando mal me conheciam. Só para estarem comigo. Foi nesse dia que as coisas ganharam forma, que eu tive a certeza de que não queria fugir. Apesar do medo, eu queria deixar-me levar. Vires de Bragança de propósito só para estares comigo umas horas, foi a maior prova de dedicação que me deste. Quando dei por mim estava no carro a caminho de Vila Real. Foi um dia fantástico, passear de mãos dadas e matar saudades. As trocas de carinho e as promessas de que queríamos isto os dois eram mais que muitas. Chega a passagem de ano, um dos desejos é que as coisas continuem a correr bem e a certeza de que gostava cada vez mais de ti. Nunca pensei que aquele beijo fosse o último. Ainda hoje não consigo perceber o que nos aconteceu. Acredito que certas coisas ainda mexam contigo, mas a maneira como deixaste que o que se passou entre nós morresse e deixasse de ter significado foi o mais duro de encarar. Todas as diferenças das quais nos ríamos, tornaram-se apenas diferenças. Não queria que as coisas tivessem tomado esta proporção, há coisas que nunca deveriam ter sido ditas. Não ganhamos nada com elas e só nos magoaram e deixaram-nos mais longe daquilo que fomos. Eu acreditei e queria muito que as coisas tivessem resultado entre nós. Acreditava que querias estar comigo e deixar o passado lá atrás, com o devido carinho que tens por ele mas lá atrás. Apesar de todos estes maus momentos eu achava que tinhas um carinho especial por mim, mas que de facto este não era o momento para as coisas se proporcionarem. Tinhas que organizar as tuas ideias e sentimentos. Mas não… Tenho pena…

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